A liderança desejada para a era digital é quase o oposto da vivida na era industrial. A dura hierarquia vertical deve ser substituída por uma rede horizontal, composta por equipes mais colaborativas e multidisciplinares, impulsionadas por uma liderança capaz deixar claro os objetivos comuns de uma operação e guiar mudanças de direção a qualquer momento.

A transformação digital não é uma mudança que envolve somente a tecnologia, embora sua adoção seja a prioridade na maior parte dos processos de adaptação digital. Talentos e líderes são diferenciais de garantia do sucesso e sustentabilidade das mudanças.

Uma pesquisa do MIT Sloan Management aponta que os três principais gaps dos líderes contemporâneos são: falta de entendimento sobre o que significa o mundo digital na prática; pressão intensa por mudanças, que gera tensões e falta de confiança entre os líderes, levando a uma cultura de inércia; “pontos cegos” que impedem os gestores de verem ou construírem novos caminhos.

Dado esse cenário, entendo que a “nova era digital”, da automação, das tecnologias emergentes e da nova economia, demanda por gestores que, além do conhecimento técnico e visão estratégica, ainda tenham humildade para reconhecer suas vulnerabilidades, resiliência para se reformular, adaptabilidade, curiosidade, criatividade e coragem para romper barreiras e apostar no novo.

Só assim, por meio da colaboração e troca livre de opiniões e ideias, haverá espaço para se gerar inovações transformadoras e positivas.

Escrever um novo capítulo em direção ao futuro do trabalho, significa criar condições de aprendizagem e experimentação contínuas. Líderes que não embarcarem nessa jornada, dificilmente conseguirão seguir adiante por muito tempo – ou colher os promissores frutos da verdadeira transformação digital.